sexta-feira, 30 de maio de 2014
Capítulo I
- Venha comigo, Demetria! Não posso ir lá sozinha!
- Não quero ir, Mi – suspirou Demetria. –Já disse há mais de uma semana que não quero ir.
Miley, prima de Demetria, adoçou a voz, como fazia sempre que queria alguma coisa.
- Mas eu estava contando com você. Ninguém vai sozinha a esse tipo de festa, senão todos ficam pensando que estou à procura de um namorado.
Demetria sorriu.
- E você está, não está?
- Claro que estou, mas ninguém precisa ficar sabendo.
- Não estou com espírito para ir, Mi. Além disso, meu cabelo está uma droga e não tenho nada para vestir.
Miley olhou com atenção para a prima. O rosto de Demetria estava magro demais e os olhos pareciam tristes. Ela tinha uma beleza frágil, com os cabelos lisos chegando à altura dos ombros, os olhos muito profundos que pareciam esconder segredos, o corpo pequeno e perfeito, com as curvas nos lugares certos. No entanto, parecia que ninguém conseguia quebrar seu ar frio e sua maneira delicada mas distante. Tinha sido assim desde o acidente, havia dois anos, quando James, seu marido, morrera.
Miley então puxou-a para o quarto e disse:
- Se olhar bem, tenho certeza de que vai encontrar o que vestir; ou então, use um dos meus.
- Não, obrigada – respondeu Demetria. – A maior parte da sua roupa é indecente. Sorrindo, Miley concordou.
- São mesmo, não é? Mas gosto de me sentir meio tentadora. – Parou na frente do armário de Demetria e começou a examinar os vestidos. – Não pode usar nenhum deles. Pelo menos, não em uma festa como essa. Demetria sentou-se na cama, olhando para Miley sem nenhum interesse. Havia dois anos dividiam o apartamento, e Miley, muito alegre, estava sempre procurando fazer com que ela saísse da profunda tristeza que sentia.
Miley, com vinte e cinco anos, exercia grande influência sobre Demetria. Ajudava a organizar sua vida e tinha estimulado a prima até ela arranjar o emprego na agência de turismo. Se não fosse por ela, Demetria teria ficado em casa, vivendo com o dinheiro que James lhe deixara. Mas Miley havia mostrado que ela devia sair, ocupar seu tempo. E isso fora a salvação para Demetria. Sim, porque ela não teria suportado ficar em casa sem fazer nada depois da morte do marido.
- Falando assim, até parece que a festa vai ser uma orgia.
- E provavelmente vai acabar numa orgia, mesmo, de madrugada, Demetria. Mas a essa altura já quero estar longe de lá e,de preferência, com Justin.
- Justin Bieber? Não sei o que vê nele, Miley.
- Ele é muito atraente.
- Atraente e sexy, não é o que quer dizer?
- É. Sexy. E qual é o problema com sexo? Faria muito bem a você, Demetria.
- Não sei se me faria bem.
- Faria, sim. Bom, este é o vestido para você. – Tirou um vestido de seu próprio armário e mostrou-o a Demetria. – Vai ficar perfeito com o contraste do seu cabelo. Demetria também achou que aquela seda cor de ouro ficaria linda perto de seus cabelos. Mas balançou a cabeça, recusando.
- Sabe que nunca posso usar nada seu. Fica muito apertado no busto. Miley olhou para as poucas curvas que tinha e depois para os seios redondos e firmes de Demetria, que era mais fina de quadris e cintura do que ela.
- Este tecido vai deixá-la linda – disse, encorajando-a.
- O que há de errado com meus vestidos?
- Tecido demais. E então, você vai comigo? Demetria passou a mão pelos cabelos, indecisa.
- Estou horrível!
- Por que não lava e arruma os cabelos? Ainda dá tempo para fazer isso.
- Preferia mesmo não ir, Miley.
- Mas vai – Miley respondeu com firmeza. – Vai e está acabado.
- E o que acontece depois que você sair com Justin Bieber?
- Não sei se vou sair com ele.
- Sei que vai. E aí? O que vai acontecer comigo? Não pretendo ficar para a orgia.
Miley sorriu e viu a prima se dirigir para o banheiro.
- Não se preocupe, não a deixarei lá, entregue aos piratas.
- Mesmo que deixasse, ninguém conseguiria ir muito longe comigo. Muitas pessoas me conhecem lá, e sabem que devem me deixar em paz.
- Vai encontrar muitas caras novas hoje à noite. Nunca estive numa festa de Joseph Jonas antes.
- Joseph Jonas? Aquele Joseph Jonas?
- Por quê? Existe outro? Pensei que estivesse dito quem estava dando a festa – Miley disse, aparentando inocência.
- Não. Não me disse. E sei por que não me disse. O homem é um depravado!
- Sei disso. Não é maravilhoso? Não vejo a hora de encontra-lo – Miley falou sonhadora.
- Tem certeza de que essa festa não vai ser uma orgia do princípio ao fim? Já ouvi dizer que as festas dele se tornam completamente loucas.
- Já ouvi a mesma coisa, e é por isso que estou esperando ela com ansiedade.
- Você não tem jeito! – Demetria falou, com um meio-sorriso nos lábios.
- Está linda! Vire-se, Demetria, e deixe-me ver as costas.
- Está muito justo aqui em cima. – Demetria apontou para os seios.
- Está perfeito!
Só então Demetria reparou na prima. Arregalou os olhos quando viu Miley usando um vestido preto, estilo grego, que por pouco não era indecente.
- Você vai sair assim?
- Encantador, não acha, Demetria?
- Conheço um adjetivo melhor para ele. As pessoas vão ter uma impressão errada de nós quando nos virem usando essas roupas.
- Bobagem! Em comparação com as outras, estaremos até vestidas demais.
Chegando à festa, Demetria viu que Miley estava certa. Muitas das mulheres usavam tão pouca roupa que era quase como se estivessem nuas. Mesmo assim Demetria não se sentia muito à vontade e tratou de passar despercebida no meio daquela gente tão colorida.
O apartamento era luxuoso, de cobertura, sem dúvida grande demais para um homem sozinho. Ainda não tinha conhecido o dono da festa e achava que nem ia encontrá-lo no meio de tanta gente. Aceitou a bebida que lhe ofereceram, depois tratou de ficar em um canto.
- Ótima festa, não? – Miley falou perto dela, sem tirar os olhos daquele mar de rostos.
- Você acha? – Demetria perguntou, sem muito ânimo.
- Fantástica. Viu Joseph Jonas em algum lugar?
- Não procurei por ele.
- Então vamos começar a procurá-lo.
- Por quê?
- Você não acha que ele é fantástico? – Miley parecia surpresa.
- Acho, sim. Mas ele é um pouco demais.
- Demais? Como assim?
- Bem, ele é demais em tudo. Alto demais, bonito demais, ousado demais...
- Sexy demais – acrescentou Miley, com malícia.
- É. Isso também.
- Mas é um excelente cantor e compositor.
- E, pelo que ganha, tem de ser! Li em uma revista que estava ganhando milhões de dólares pelo último CD. Ninguém vale tanto dinheiro assim.
No mesmo instante em que falou, avistou Joseph.
- Parece que estou vendo o seu cantor sexy. – Indicou Joseph Jonas que cruzava a sala.
Miley olhou ansiosa para onde Demetria mostrara.
- Puxa, preciso conseguir uma apresentação. Vou pedir a George. Vem comigo?
- Não, obrigada. Não quero ficar ouvindo ele dizer como se acha lindo.
Demetria olhou, divertida, a maneira como Miley caminhava na direção de Joseph. Assim que se apresentou a Joseph, começou a perceber que a prima jogava charme para o dono da casa...mas pelo visto sem muito sucesso. De repente Joseph olhou na direção de Demetria e seus olhos penetrantes encontravam com os dela, Demetria sentiu-se sem jeito e virou a cabeça, sentindo o rosto em chamas.
Joseph Jonas era um sucesso no meio artístico, havia mais de sete anos, tinha uma banda, cujo seu nome era McFLY. Há pouco tempo ela havia assistido um show dele, parecia diferente quando cantava, e parecia outro ali no palco. Essa noite, parecia um homem dominador, estava vestido com uma blazer preta, e por baixo uma camisa, que deixava a gola aberta, deixando um pouco de seu peito a mostra, que lhe caia muito bem e uma calça jeans de corte perfeito. Demetria sabia que ele tinha vinte e oito anos e que não era casado. Vendo-o agora conversar com Miley e uma outra moça, podia entender isso.
Por que ele se casaria, se podia ter centenas, milhares de mulheres no minuto em que desejasse?
- Está se divertindo?
Demetria virou-se e, sorrindo, respondeu com a mesma pergunta:
- E você, está, Justin Bieber?
- Assim não vale! Perguntei primeiro.
- Está boa a festa, sim.
- Hoje você está maravilhosa!
- Quer dizer que não estou sempre maravilhosa? – ela brincou.
- Você sabe que não foi isso o que eu quis dizer. É que hoje você está diferente.
- Peguei o vestido de Miley emprestado – explicou Demetria.
- Ficou ótimo em você. E onde está a prima tão encantadora? – Virando-se, Justin viu Miley. – Minha nossa! O que é que ela está vestindo? Ou deveria dizer “despindo”? Demetria não controlou o riso. Ouvindo a risada gostosa da prima, Miley e Joseph olharam para ela. Miley acenou para os dois e Demetria teve de enfrentar novamente os olhos de Joseph.
- O vestido está bem de acordo com ela – disse Justin.
- E quanto a você, Demetria, por que não esta acompanhada?
- Não gosto nem confio em homem algum.
- Esse é um desafio a que poucos homens podem resistor – falou uma voz atrás de Demetria. Ela se virou e deu de cara com Joseph Jonas e Miley ao seu lado. Encarou-o firme, com medo de amolecer diante daquele olhar.
- Gosta de um desafio, Sr. Jonas?
- Que homem não gosta?
- Esta é a minha prima Demetria, Joseph – Miley apresentou.
- A fria Demetria – Joseph murmurou, com voz suave e ainda olhando para ela.
Aquele olhar estava de novo deixando Demetria sem jeito.
- Como adivinhou?
- Não foi difícil.
Demetria começou a sentir um estranho calor. Por que ele continuava olhando para ela daquele jeito? Era como se Justin e Miley não existissem e ele só estivesse olhos para vê-la.
- Vamos dançar, Miley – Justin sugeriu. – Acho que não precisam de nossa presença aqui.
- Boa idéia – disse Miley, sorrindo ao ver a cara assustada de Demetria.
- Mas, Miley... – Demetria começou e então sentiu que alguém segurava seu pulso.
- Tomarei conta de Demetria para você – Joseph falou. – Mas não procurem nós quando terminarem, porque não estaremos aqui.
- Cuidado, Demetria... até o gelo derrete! – Justin disse cínico.
- Demetria... – ele começou a falar, mas foi interrompido.
- Meu nome é West. Sra. West.
- Não vi marido nenhum quando você chegou – disse Joseph.
- Não sabia que tinha nos visto quando chegamos.
- Nunca deixo de ver uma mulher bonita.
- Devo considerar isto um elogio?
- Por que não? Diga, é verdade que não gosta de homens? – Ele parecia muito surpreso.
- Não acredita?
- É que algumas mulheres dizem isso só para parecerem mais interessantes.
- Sinto desapontá-lo, mas comigo é verdade.
- Com exceção de seu marido, claro.
- Como?
- Deve gostar de seu marido.
- Claro – ela concordou, hesitante.
- Ele está com você?
- Não.
- Nesse caso, quer sair?
- Mas a festa é sua – Demetria respondeu, espantada.
- Quero sair e pensei que quisesse vir comigo.
- Por que pensou que eu quisesse?
- Por você mesmo.
- Eu? Tenho certeza de que se enganou, Sr. Jonas. Não quero ir a lugar algum com o senhor.
- Não era isso o que seus olhos diziam minutos atrás.
- Acha que toda mulher que olha para você fica logo atraída? – ela perguntou.
- Não, mas eu estou atraído por você, Demetria.
Depois de alguns segundos, indagou:
- Algum homem a magoou, não é?
Demetria respondeu, muito séria e distante:
- Os homens não chegam tão perto de mim a ponto de me causarem alguma dor. Agora, se me dá licença... – Tentou sair de perto dele, mas ele a segurou com força.
- Quantos anos você tem? – Joseph perguntou, suave.
- Minha idade não tem nada a ver com a maneira como me sinto.
- Dezenove? Vinte?
- Vinte e um.
- O que aconteceu? Ele a abandonou?
- Ele? – Demetria sentia um nó na garganta.
Muito suavemente Joseph pegou a mão de Demetria e virando-a, olhou a aliança que ela usava.
- O seu marido. Ele deixou você? – Ergueu o rosto dela para olhar bem dentro de seus olhos.
Ela sentiu ainda mais aperto na garganta, mas respondeu:
- Acho que se poderia dizer isso, Sr. Jonas. Ele morreu.
- Seu marido está morto? – Ele não parecia acreditar.
- Eu não iria mentir sobre isso – ela falou tirando a mão da dele. Procurou se afastar novamente e dessa vez ele não a segurou. Tinha de sair dali! Falar sobre James lhe trazia lembranças dolorosas, coisas que preferia esquecer. Saiu do apartamento e do prédio o mais depressa que pôde. Queria escapar daqueles olhos e daquele sorriso que pareciam caçoar dela.
Joseph Jonas não tinha o direito de se intrometer em coisas que Demetria construíra ao seu redor. Há meses ninguém lhe falava nada sobre James, talvez porque Miley sempre impedisse. E claro, Miley não ia imaginar que Joseph pudesse fazer perguntar tão pessoais! Ou será que Miley achava que já era hora de parar com essa proteção? Afinal, tudo aquilo havia acontecido a dois anos e a dor de Demetria devia ter diminuído. Mas não tinha! Se pelo menos ela pudesse chorar, desabafar, tirar tudo da cabeça! Mas as lágrimas nunca vieram e ela ficara só com a amargura.
Estremeceu quando um casaco de veludo foi colocado em seus ombros. Sentia de novo o aroma gostoso da loção de barba. Mãos carinhosas ajeitaram seu cabelo, que ficara preso na gola do casaco.
- Não pensei que estivesse mentindo, Demetria – Joseph disse suavemente, puxando a gola do casaco para abrigá-la do frio da noite. – Achei apenas que você muito criança para ter sido casada e já ser viúva.
- Tinha dezenove anos quando ele morreu – ela disse, com voz não muito firme.
Joseph começou a andar do lado dela, acertando seus passos aos dela.
- Quanto tempo ficou casada?
No mesmo instante ela parou e disse:
- Vamos fazer de conta que você não veio atrás de mim. – Entregou o casaco a ele e pediu: - Deixei meu casaco em seu apartamento, peça a Miley que o leve quando for para a casa. Joseph pôs o casaco de volta nos ombros dela.
- Vai pegar um resfriado se insistir em ficar com pouca roupa que está usando.
- Ah, então é isso! Mas esse vestido é emprestado, não é nada do que realmente sou, não é meu estilo. Sinto muito que, por causa dele, tenha tido uma impressão errada ao meu respeito. Não estou disposta a ter um caso qualquer com você nem com ninguém. Com força ele a agarrou pelo braço, fazendo-a voltar-se. Levantou seu queixo e Demetria foi obrigada a ver a raiva que havia nos olhos dele.
- Não fique tão convencida de que quero ter um caso com você! Mulheres frias não fazem o meu tipo.
Demetria ficou pálida como cera.
- Jamais perdoarei você por ter dito isso. Tire as suas mãos de cima de mim – ordenou, com voz controlada, soltando chispas de ódio.
- Tiro a mão coisa nenhuma! – Puxou-a com tanta força para mais perto que ela teria caído se ele não a erguesse. – Pelo menos não antes de quebrar um pouco desse gelo! – E seus lábios apertaram contra os dela de maneira selvagem.
Quando Joseph a soltou, falou:
- Meu Deus! Você não tem nada de fria, está é morrendo de medo!
- Eu odeio você! – Demetria cuspia as palavras. – Odeio você, compreendeu bem? Odeio você! – As lágrimas corriam pelas faces dela. – Como se atreveu a me tocar?
Desesperada, Demetria saiu correndo, para fugir dele. O casaco que estava em seu ombro caiu no chão e lá ficou. Só pensava em se afastar o mais depressa possível e só parou quando teve certeza de que ele não a seguira. Fez sinal a um táxi e nem se preocupou com a aparência.
Quando chegou em casa, uma hora mais tarde, encontrou Demetria jogada no sofá. Miley acendeu a luz e chegou perto da prima.
- Minha nossa, o que foi que ele fez para você?
- Quem? – perguntou Demetria, ainda tonta.
- Joseph Jonas.
- Como soube?
- Ele me contou. É por isso que estou aqui. Depois de ter sumido da própria festa por quase uma hora, ele voltou e disse que você estava precisando de mim. Não disse por quê, mas pude adivinhar o motivo. O que foi que ele fez, Demetria?
- Ele... me beijou!
Miley olhou-a bem e perguntou:
- Foi só isso?
Demetria afastou-se, indignada.
- E não é o suficiente?
- Mas... bem, Demetria foi só um beijo. – Como um sorriso malicioso, acrescentou: - Você já foi beijada antes.
- Não! Não! Não fui. Pelo menos desde James. – Demetria parecia ter dificuldades em pronunciar o nome de Joseph. – Odeio ele!
A prima fez um curto silêncio e sussurrou:
- Ele me pediu que a avisasse se você tinha chegado em casa e se estava bem.
Demetria levantou-se para sair da sala.
- Se ele estava tão preocupado a esse respeito, deveria ter vindo para saber. Mas, claro, ele não quis se dar o trabalho.
- Ele queria vir – Miley disse. – Trouxe-me até aqui e pediu para entrar, mas achei melhor não.
- Ainda bem que agiu assim. Nunca mais quero vê-lo! E se fosse você desligaria o telefone, porque ele nunca vai ouvir a campainha com todo barulho daquela festa louca.
- Mas ele... Joseph? – Miley voltou a atenção para o fone. – Sim, sei que estava esperando o meu telefonema. Sim. Não. Sim. Eu...Claro...
- Vou dormir. Por favor, não me acorde quando chegar. Miley segurou o fone longe do ouvido e tapou o bocal com a mão. Em seguida, murmurou :
- Ele quer falar com você.
- Diga a ele que não temos nada para falar. – Demetria saiu da sala.
Um instante depois Miley entrou no quarto.
- Ele diz que é importante.
- Não temos nada a nos dizer – Demetria respondeu, firme – Diga que não estou interessada.
- Não posso dizer isso a ela – falou Miley escandalizada.
- Está bem, diga o que quiser, mas não quero nem saber mais dele. E Miley, por favor, não diga nada a ele sobre a minha vida particular.
- Não vou fazer isso, principalmente porque não sei de tudo.
- Então não conte o que sabe.
- Não tinha a intenção de contar.
- Você pode não querer contar, Miley, mas esteve com ele tempo suficiente para saber que, se ele insistir, acaba conseguindo o que quiser com você.
- Qualquer coisa que quiser?
- Qualquer coisa – Demetria respondeu, sentindo-se mais calma pelo modo brincalhão com que Miley falava.
Mas ficou muito tempo acordada ainda, ouvindo Miley dormir. Podia ressentir e odiar a intromissão de Joseph Jonas em sua vida, poderia até odiá-lo por beija-la, mas havia uma coisa que precisava reconhecer: em dois anos, desde a morte de Michael, ela não tinha chorado, nem uma vez, por coisa nenhuma. E, no entanto, meia hora depois de conhecer Joseph Jonas, ela chorou tanto que chegou quase a histeria. Gostasse ou não de pensar nisso, ele tinha sido a primeira pessoa a tirar um tijolo de muralha que Demetria havia construído ao seu redor, para esconder emoções. E ela não gostava.
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