- Tem certeza de que não quer vir? – insistiu Miley. – Vai ser divertido.
- Não estou a fim de um passeio de barco – Demetria explicou, o nariz enfiado num ótimo livro de mistério.
- Não é exatamente um passeio de barco. Afinal de contar, ir até a França para passar o dia não é só um passeio de barco.
Demetria apoiou o queixo nos joelhos; estava de tênis já velhos e uma blusa aberta no pescoço, por causa do calor.
- Para mim, é. Mesmo porque, não quero ir para à França; estou muito bem aqui.
- Mas você pode ler esse livro a qualquer hora!
- E também posso ir a França a qualquer hora! Sabe que trabalho numa agência de turismo e consigo desconto nas passagens.
- Mas esta viajem não custaria nada.
- Não quero ir – repetiu Demetria, firme. – Ainda não esqueci a última vez que você me convenceu a ir a um lugar aonde eu não queria!
A campainha a interrompeu.
- Deve ser Justin e ainda não estou pronta. Seja um amor, atenda-o enquanto acabo de pentear o cabelo.
- Está bem.
Demetria abriu a porta e convidou Justin para entrar.
- Ainda não está pronta, Demetria?
- Não vou – disse ela, cruzando as pernas ao sentar.
- Não vai? Mas... – Ele se voltou para Miley, que vinha entrando na sala. – Demetria acabou de me dizer que não vai!
- Já sabia – disse Miley.
Seria imaginação de Demetria, ou realmente Miley e Justin trocaram olhares?
- Minha presença é assim tão importante? Tenho certeza de que preferem ficar sozinhos a ter a companhia de uma terceira pessoa.
- A verdade é que gostaríamos muito que viesse conosco – disse Justin.
- Já disse tudo isso a ela, Justin – falou Miley, pegando a bolsa – Ela consegue ser muito teimosa quando quer.
- Mas...
- Ela não quer ir, Justin – Miley disse, firme – E nada vai mudar a opinião dela.
Desta vez não era impressão. Havia alguma coisa que eles sabiam e Demetria não. Miley tinha enfatizado muito a palavra “nada”. Que haveria por trás disso tudo? , pensou Demetria.
- Tem alguma coisa que ainda não me contaram? – Demetria perguntou.
- Por que pergunta isso? – quis saber Miley.
- Pelo seu jeito. Há alguma coisa?
- Bem, nada verdade... – Justin começou.
- Não. – Miley o interrompeu. – Não há nada. Vamos, Justin?
- Mas...
- Vamos, Justin? – Miley insistiu.
Justin suspirou, concordando. Mas disse:
- Está certo, vamos. Mas ele não vai gostar nada disso.
- Ele? – Demetria perguntou, cheia de suspeita. – E quem é ele?
Miley olhou para Justin com raiva.
- Agora vejo o que conseguiu, Justin! Não tinha a intenção nenhuma de contar que ele estava por trás do convite.
- Já vi que “ele” é o Joseph Jonas, não é?
- É ele mesmo – disse Justin. E, virando-se para Miley, continuou: - Que adianta mentir, Miley? Joseph quer que você vá, Demetria.
- Isso é o que você queria dizer com “uma maneira diferente de se aproximar”? – Demetria perguntou zangada a prima.
- Está vendo o que conseguiu fazer, Justin? – Miley estava furiosa com Justin. – Por que não ficou quieto?
- Ainda bem que ele não ficou quieto, Miley. Então, hoje eu deveria ir como companhia de Joseph Jonas! Minha nossa! Esse homem é petulante! Será que não consegue receber um não como resposta?
- Acho que há muitos anos ninguém lhe diz um não. É uma experiência nova para ele – disse Miley.
- Então essa nova experiência vai continuar. A resposta ainda é não.
Ainda bem que ela havia resistido à insistência de Miley. Não queria tornar a encontrar Joseph
Jonas, de jeito nenhum. Ele era uma tentação e ela tinha medo de que sua
decisão não fosse tão firme como parecia. O livro, que até então
parecera bom, não prendia mais sua atenção; seus pensamentos vagavam,
relembrando coisas que só lhe traziam dor e sofrimento. Por que era
sempre Joseph que a fazia voltar a relembrar tudo que queria esquecer?
Por que ele conseguia fazê-la a ficar ao mesmo tempo zangada e à
vontade? O que é que ele tinha que conseguia...
Seus pensamentos foram interrompidos pela campainha que tocava
insistentemente. Levantou-se e foi atender. Não estava esperando
ninguém. Só se fosse alguém procurando por Miley.
Ficou de boca aberta ao ver quem estava de pé, na porta: Joseph Jonas!
- O que quer? – perguntou, áspera.
- Quero entrar.
- Por quê?
- Porque não quero ficar falando com você aqui de pé – disse com delicadeza, não se impressionando com o tom dela.
- O que está fazendo aqui? – Demetria perguntou
Joseph não espero mais que ela o convidasse. Passou por ela e entrou na sala.
- Lugar gostoso – disse e sentou-se.
- Não me lembro de ter lhe dito para entrar.
Ele sorriu, recostou-se no sofá e esticou bem as pernas para frente.
- Se esperasse pelo seu convite, ainda estaria de pé na porta. Sente-se, Demetria, e sossegue.
- Sossegar? Com você? Não estar sossegada perto de alguém em quem eu não confio.
Ele suspirou e com um tom de voz paciente disse:
- Sei que sofreu muito, mas...
- Que quer dizer com isso?
- Sei que perdeu o seu marido muito jovem. Mas não pode deixar que isso estrague o resto de sua vida.
- Você não sabe de nada, portanto não venha com conselhos.
- Você é jovem demais parar ser enterrada junto com seu marido.
Precisa continuar a viver e não se afogar em memórias do passado.
- Cuide de sua própria vida! – Os olhos de Demetria soltavam
fagulhas de ódio. – Ninguém convidou você para vir aqui, nem pediu seu
conselho; portanto, por que não vai embora?
- Por que não foi para o passeio de barco com Miley e Justin? – Joseph perguntou, ignorando completamente o que ela dissera.
- Já tinha dito a Justin que não iria, antes mesmo de saber que você estaria lá. Então, não pense que não fui por sua causa – disse Demetria, defendendo-se
- Sei disso. Não vou fazer nada contra Justin porque ele deixou escapar que eu também estaria presente.
- Não me incomodo a mínima com o que você vai fazer. – Ela cruzou as pernas e sentou-se o mais longe possível de Joseph.
- Achei mesmo que não ia ligar. – Inclinou-se para frente. – Sabe,
você parece uma garotinha, sentada assim sobre as pernas cruzadas.
- Mas pode ficar certa de que não sou uma garotinha!
- Graças a Deus. – Ele sorriu. – Mesmo com vinte e um ano, você
parece um pouco jovem demais para mim, mais jovem do que isso não daria
nem para pensar.
- Pensar no quê?
- Em seduzir você.
Demetria levantou-se no mesmo instante e ficou por trás da cadeira, como se esta pudesse protegê-la.
- É melhor ir embora – ela falou, seca.
Ele nem se mexeu.
- Já disse que não, Demetria. Vou conseguir você, por isso é melhor se render sem lutar.
- Luto com você ou com quem tente chegar perto de mim.
- Amava tanto assim seu marido?
De repente ela se sentiu calma de novo, o rosto sem nenhuma expressão.
- Meus sentimentos por meu marido só interessam a mim mesma.
- Essa sua máscara cai de vez em quando, não é, Demetria? De vez em quando minha Demetria muito fria se torna uma mulher ardente tão ardente como já deve ter sido anteriormente, não é
Demetria? Alguém mais a faz ficar assim em fogo? – ele continuo, ousado.
– Algum outro homem a faz ficar tão ardente como eu consigo fazer?
Ela não o olhou.
-Está se elogiando demais, Sr. Jonas.
- Por que não gosta que toquem em você, Demetria?
- Quem lhe deu o direito de vir aqui para me fazer perguntas tão pessoais? Quem você pensa que é que pode...
- Vou ser seu amante, Demetria – ele a interrompeu com voz suave.
- Você o quê?
- Seu amante. É isso que eu vou ser.
- Por favor, pare com isso! Deixe-me em paz. Joseph, por favor, deixe-me em paz. – Suas últimas palavras saíram quase como um soluço.
Ele se levantou e ficou na frente dela.
- Não posso, minha Demetria tão fria. Você conseguiu me agarrar. Se é
tempo o que quer, posso lhe dar; mas você tem que me deixar vê-la,
estar com você, falar com você.
Ela o encarou, mostrando nos olhos todo o medo que sentia.
- Mas por que eu? Por que tem de ser eu? Há milhares de mulheres que...
A mão dele acariciando-lhe a face interrompeu o que ela dizia; ela se afastou novamente.
- Tem de ser você. Nem eu mesmo sei explicar por que, por isso não
me pergunte. Já tentei estar com outras mulheres, mas não consigo tirar
você da cabeça.
- Mas... nem ao menos gosto de você – ela falou, desesperada.
- Atualmente você não gosta de homem algum. Suas emoções estão
mortas. Gostaria de estar próximo de você quando decidir começar a viver
de novo. Acha que isso é pedir demais?
- Nunca mais quero me envolver com homem algum.
- Mas precisa se envolver. Precisa deixar que algum tipo de relação aconteça com você.
- Mas, não... não quero nenhuma relação. – Ela o olhava, pedindo os
olhos que a compreendesse. – Você não entende? Não quero isso.
- Está bem; esqueça isso agora. Apenas saia comigo hoje.
- Achei que tinha dito para eu esquecer tudo.
- Sair para passar o dia fora não é relação nenhuma. Mandei meu
cozinheiro preparar uma cesta de piquenique quando soube que não ia ao
passeio de barco conosco.
- Seu cozinheiro?
- Do meu barco.
- Quer dizer que de novo deixou seus convidados?
- Parece que deixar meus convidados se tornou um hábito para mim.
Ele sorriu, os dentes muito brancos fizeram contrasto com a cor da pele.
Demetria deu um sorriso tímido. Joseph sorriu e ela perguntou:
- Que aconteceu?
- É a primeira vez que sorri para mim.
- Na última vez que estivemos juntos você não foi muito agradável comigo.
- Você é completamente diferente das mulheres que já conheci e não
sei muito bem como lidar com você. Não estou acostumado com mulheres que
não...
- Caem por você no mesmo instante. – ela completou.
- Não ia dizer isso. Você não caiu por mim Demetria? Responda com sinceridade.
- Você é muito atraente, seguro se si, muito...
- Você se sente atraída por mim?
Ela mordeu o lábio, sabendo que ia despertar raiva nele.
- Não – admitiu baixinho, incapaz de olhá-lo.
- Você tem de se esforçar para ser cruel com as pessoas ou isso é uma atitude natural? – Joseph perguntou com voz intensa.
- Desculpe- me, mas achei que deveria ser sincera.
- Como eu fui com você?
- Você foi sincero quando disse que desejava. Estou sendo sincera
também quando digo que comigo não é assim. Sinto muito se não é o que
queria ouvir.
- Diabos, Demetria! Você não sente coisa alguma, mas está adorando isso tudo. Está adorando ver como pode judiar de mim.
- Por que quer ter um caso comigo?
- O problema com você é que não tem sentimento de espécie alguma.
Demetria deu as costas para ele.
- Ainda bem que não tenho. Eu... – Demetria parou de falar quando Joseph a virou, decidido. – Não me beije. Por favor, não me beije – falou angustiada.
- Não quero beijar você. Quero é sacudi-la até que tique tremendo,
mas não quero beijá-la. Você devia ter morrido junto com o seu marido,
porque não existe mais um pingo de sentimento em você!
- Queria mesmo ter morrido! Meu Deus, como queria ter morrido!
Demetria ouviu a porta bater quando Joseph saiu. Depois atirou-se no sofá, aos prantos. Embora afirmasse categoricamente que não tinha sentimento algum, Joseph
Jonas a estava fazendo viver novamente. Ele a arrancara aos poucos da
concha em que se escondera, e isso era muito mais doloroso do que o
inferno em que vivera nos últimos dois anos.
- Mais café? – Miley perguntou.
Era segunda-feira de manhã e as duas se preparavam para ir trabalhar.
- Não, obrigada. Preciso ir já embora. Não quero chegar tarde.
- Uma vez só não vai fazer diferença. Acho que outra xícara de café lhe faria bem.
Demetria concordou com a cabeça, mas disse:
- Acho que preciso de um bule inteiro de café, mas tenho de terminar de me arrumar.
- Não sabia que Joseph vinha pra cá – Miley disse, depressa. – Pelo menos até que partimos, quando notei que ele não estava a bordo.
- Ele não se demorou muito.
- Demorou o suficiente para deixa-la transtornada de novo. Quando cheguei, você parecia um fantasma!
- Estava bem – Demetria mentiu. – Mas não acho que Joseph Jonas vai
me amolar de novo. Todo homem gosta de conquistar, mas comigo está sendo
uma batalha, e ele não vai querer perder essa.
- Talvez ele não seja a pessoa certa para você. – disse Miley,
pensativa. – Mas que você esta precisando de alguém em sua vida, isto é
verdade. Precisa de alguém que se preocupe com você, Demetria.
- Por quê?
- Porque... bem, porque todo mundo precisa de amor.
- Eu não preciso. Pelo menos não dessa espécie de amor. E o que Joseph quer de mim não é amor. Ele apenas me deseja, entendeu, Miley? É só desejo.
- Já é um começo.
- Não para mim.
- Talvez tenha razão.
- Não vai trabalhar hoje? – perguntou Demetria, vendo a prima ainda de camisola.
- Brent me deu o dia de folga por ter sido uma boa menina. – Vendo a expressão no rosto de
Demetria, completou : - Não é nada do que está pensando. Já lhe disse
que não há nada entre Brent e eu. Como trabalhei até mais tarde na
sexta-feira, tive folga hoje. Além disso, ele vai estar fora o dia todo.
- Bem, já vou indo. Miley, sobre Brent: se algum dia quiser conversar sobre ele, sabe que pode contar comigo.
- Sei que posso contar com você, Demetria. Está atrasada, é melhor ir, senão vai perder o emprego.
Demetria saiu correndo, pegou o metrô, e mesmo assim chegou quinze
minutos atrasada. Embora pedisse desculpas ao chefe, ele parecia um
pouco aborrecido.
Começou a trabalhar, mas seus pensamentos escapavam, voltando para o fim de semana. Depois que Joseph
Jonas fora embora ela se sentira péssima, mas pensara muito sobre o que
ele dissera. De certo modo estava orgulhosa de si mesma. Afinal, Joseph Jonas era um homem importante, uma celebridade... e estava atraído por ela.
- Está colocando está carta no fichário errado, Sr. West. – O chefe estava ao seu lado. – Está se sentindo bem?
- Realmente me confundi, senhor; mas estou perfeitamente bem, obrigada.
- Então concentre-se, Sra. West. Para evitar problemas.
- Sim, Sr. Walters – e pôs-se a dedicar firmemente ao trabalho, sem
perda de tempo. Afinal, precisava daquele emprego para viver;
De repente começou a ouvir conversas abafadas ao seu lado. Pelo
jeito como falavam, alguém muito importante devia estar na agência.
Ouviu então Katy dizer:
- Tenho certeza de que é ele. Vi um de seus shows na semana passada e o reconheceria em qualquer lugar.
Olhou para o escritório a sua frente para ver de quem estava falando. Assim que reconheceu a figura de Joseph Jonas, sentiu que o sangue fugiu de sua cabeça. Ele estava muito atraente com uma jaqueta de couro sobre a calça e camisa azul.
Ficou ainda mais pálida quando notou que ele estava olhando para
ela.
O que estaria fazendo ali? Não podia ser coincidência. Mas como ele
havia descoberto onde ela trabalhava? Começou a entrar em pânico. Agora
ele falava com o Sr. Walters. O que ele poderia querer ali?
Levou um susto quando Katy chegou perto dela e perguntou:
- Demetria, aquele dali não é o Joseph Jonas?
Demetria engoliu um seco e ia responder quando o Sr. Walters a chamou.
- Sra. West, este senhor quer falhar-lhe.
Pela expressão do Sr. Walters, Demetria sabia que ele não tinha reconhecido Joseph Jonas. Se estivesse, teria agido de modo diferente.
Demetria levantou-se, sentindo que as outras moças olhavam espantadas para ela.
- O que quer? – disse a Joseph num sussurro. – Não devemos receber visitas aqui.
- Vim levá-la para almoçar – Joseph respondeu sem se perturbar.
- Mas,eu...
- Não diga que já almoçou, porque eu sei que não é verdade. Perguntei ao seu chefe. Além disso,
Miley me disse que você nunca sai para almoçar antes de uma hora. –
Olhou para o relógio de prata que tinha no pulso. – É quase uma hora.
Vamos?
- Miley lhe disse onde eu trabalhava?
- Fui até o seu apartamento; esqueci que estaria trabalhando. Miley me mandou aqui. Não fique zangada com ela. Eu disse que queria vê-la para me desculpar.
- Poderia ter se desculpado por telefone.
- Achei que seria melhor junto com o almoço. Pegue seu casaco e vamos.
- Não vou a lugar nenhum, Eu...
- É melhor vir, Demetria. Não quer fazer uma cena aqui, não é?
Demetria sabia quando estava vencida. Pegou o casaco e, sem olhar para ninguém, saiu com ele.
- Por que tinha de fazer tudo isso? Quando voltar do almoço, as meninas vão ter mil perguntas para fazer!
- Deixa para se preocupar com isso depois. – Joseph segurou-a pelo braço e levou-a até o carro.
Estavam se dirigindo para fora da cidade por um instante, Joseph virou-se para olhá-la.
- O que mais eu poderia querer dizer? Não sei. Você é que deve me dizer.
- Não faço idéia de outra coisa – ele confirmou, balançando a cabeça.
- Você realmente não sabe? – ela perguntou ansiosa.
- Sabe o quê, Demetria? Não estou entendendo! Você tem algum segredo em seu passado? – Um sorriso iluminava o rosto dele.
- Não brinque sobre isso, Joseph.
- Então você tem um segredo?
- Há alguns anos não era segredo nenhum... Meu marido foi James
West. – Olhou para ele, esperando ver aborrecimento em seu rosto.
- E daí? O que tem... James West?
- Ele mesmo. – E abaixou a cabeça.
- Aquele dos Hotéis West?
- Esse mesmo.
- Foi casada com James West? – Ele parecia não acreditar no que estava ouvindo.
- Fui.
- Então você deve ser...
- Sou a moça que casou com ele, viveu com ele dois dias apenas e
depois deu o fora. Fui chamada de caça-dotes pela imprensa durante
semanas, depois que tudo aconteceu.
sexta-feira, 30 de maio de 2014
Capítulo I
- Venha comigo, Demetria! Não posso ir lá sozinha!
- Não quero ir, Mi – suspirou Demetria. –Já disse há mais de uma semana que não quero ir.
Miley, prima de Demetria, adoçou a voz, como fazia sempre que queria alguma coisa.
- Mas eu estava contando com você. Ninguém vai sozinha a esse tipo de festa, senão todos ficam pensando que estou à procura de um namorado.
Demetria sorriu.
- E você está, não está?
- Claro que estou, mas ninguém precisa ficar sabendo.
- Não estou com espírito para ir, Mi. Além disso, meu cabelo está uma droga e não tenho nada para vestir.
Miley olhou com atenção para a prima. O rosto de Demetria estava magro demais e os olhos pareciam tristes. Ela tinha uma beleza frágil, com os cabelos lisos chegando à altura dos ombros, os olhos muito profundos que pareciam esconder segredos, o corpo pequeno e perfeito, com as curvas nos lugares certos. No entanto, parecia que ninguém conseguia quebrar seu ar frio e sua maneira delicada mas distante. Tinha sido assim desde o acidente, havia dois anos, quando James, seu marido, morrera.
Miley então puxou-a para o quarto e disse:
- Se olhar bem, tenho certeza de que vai encontrar o que vestir; ou então, use um dos meus.
- Não, obrigada – respondeu Demetria. – A maior parte da sua roupa é indecente. Sorrindo, Miley concordou.
- São mesmo, não é? Mas gosto de me sentir meio tentadora. – Parou na frente do armário de Demetria e começou a examinar os vestidos. – Não pode usar nenhum deles. Pelo menos, não em uma festa como essa. Demetria sentou-se na cama, olhando para Miley sem nenhum interesse. Havia dois anos dividiam o apartamento, e Miley, muito alegre, estava sempre procurando fazer com que ela saísse da profunda tristeza que sentia.
Miley, com vinte e cinco anos, exercia grande influência sobre Demetria. Ajudava a organizar sua vida e tinha estimulado a prima até ela arranjar o emprego na agência de turismo. Se não fosse por ela, Demetria teria ficado em casa, vivendo com o dinheiro que James lhe deixara. Mas Miley havia mostrado que ela devia sair, ocupar seu tempo. E isso fora a salvação para Demetria. Sim, porque ela não teria suportado ficar em casa sem fazer nada depois da morte do marido.
- Falando assim, até parece que a festa vai ser uma orgia.
- E provavelmente vai acabar numa orgia, mesmo, de madrugada, Demetria. Mas a essa altura já quero estar longe de lá e,de preferência, com Justin.
- Justin Bieber? Não sei o que vê nele, Miley.
- Ele é muito atraente.
- Atraente e sexy, não é o que quer dizer?
- É. Sexy. E qual é o problema com sexo? Faria muito bem a você, Demetria.
- Não sei se me faria bem.
- Faria, sim. Bom, este é o vestido para você. – Tirou um vestido de seu próprio armário e mostrou-o a Demetria. – Vai ficar perfeito com o contraste do seu cabelo. Demetria também achou que aquela seda cor de ouro ficaria linda perto de seus cabelos. Mas balançou a cabeça, recusando.
- Sabe que nunca posso usar nada seu. Fica muito apertado no busto. Miley olhou para as poucas curvas que tinha e depois para os seios redondos e firmes de Demetria, que era mais fina de quadris e cintura do que ela.
- Este tecido vai deixá-la linda – disse, encorajando-a.
- O que há de errado com meus vestidos?
- Tecido demais. E então, você vai comigo? Demetria passou a mão pelos cabelos, indecisa.
- Estou horrível!
- Por que não lava e arruma os cabelos? Ainda dá tempo para fazer isso.
- Preferia mesmo não ir, Miley.
- Mas vai – Miley respondeu com firmeza. – Vai e está acabado.
- E o que acontece depois que você sair com Justin Bieber?
- Não sei se vou sair com ele.
- Sei que vai. E aí? O que vai acontecer comigo? Não pretendo ficar para a orgia.
Miley sorriu e viu a prima se dirigir para o banheiro.
- Não se preocupe, não a deixarei lá, entregue aos piratas.
- Mesmo que deixasse, ninguém conseguiria ir muito longe comigo. Muitas pessoas me conhecem lá, e sabem que devem me deixar em paz.
- Vai encontrar muitas caras novas hoje à noite. Nunca estive numa festa de Joseph Jonas antes.
- Joseph Jonas? Aquele Joseph Jonas?
- Por quê? Existe outro? Pensei que estivesse dito quem estava dando a festa – Miley disse, aparentando inocência.
- Não. Não me disse. E sei por que não me disse. O homem é um depravado!
- Sei disso. Não é maravilhoso? Não vejo a hora de encontra-lo – Miley falou sonhadora.
- Tem certeza de que essa festa não vai ser uma orgia do princípio ao fim? Já ouvi dizer que as festas dele se tornam completamente loucas.
- Já ouvi a mesma coisa, e é por isso que estou esperando ela com ansiedade.
- Você não tem jeito! – Demetria falou, com um meio-sorriso nos lábios.
- Está linda! Vire-se, Demetria, e deixe-me ver as costas.
- Está muito justo aqui em cima. – Demetria apontou para os seios.
- Está perfeito!
Só então Demetria reparou na prima. Arregalou os olhos quando viu Miley usando um vestido preto, estilo grego, que por pouco não era indecente.
- Você vai sair assim?
- Encantador, não acha, Demetria?
- Conheço um adjetivo melhor para ele. As pessoas vão ter uma impressão errada de nós quando nos virem usando essas roupas.
- Bobagem! Em comparação com as outras, estaremos até vestidas demais.
Chegando à festa, Demetria viu que Miley estava certa. Muitas das mulheres usavam tão pouca roupa que era quase como se estivessem nuas. Mesmo assim Demetria não se sentia muito à vontade e tratou de passar despercebida no meio daquela gente tão colorida.
O apartamento era luxuoso, de cobertura, sem dúvida grande demais para um homem sozinho. Ainda não tinha conhecido o dono da festa e achava que nem ia encontrá-lo no meio de tanta gente. Aceitou a bebida que lhe ofereceram, depois tratou de ficar em um canto.
- Ótima festa, não? – Miley falou perto dela, sem tirar os olhos daquele mar de rostos.
- Você acha? – Demetria perguntou, sem muito ânimo.
- Fantástica. Viu Joseph Jonas em algum lugar?
- Não procurei por ele.
- Então vamos começar a procurá-lo.
- Por quê?
- Você não acha que ele é fantástico? – Miley parecia surpresa.
- Acho, sim. Mas ele é um pouco demais.
- Demais? Como assim?
- Bem, ele é demais em tudo. Alto demais, bonito demais, ousado demais...
- Sexy demais – acrescentou Miley, com malícia.
- É. Isso também.
- Mas é um excelente cantor e compositor.
- E, pelo que ganha, tem de ser! Li em uma revista que estava ganhando milhões de dólares pelo último CD. Ninguém vale tanto dinheiro assim.
No mesmo instante em que falou, avistou Joseph.
- Parece que estou vendo o seu cantor sexy. – Indicou Joseph Jonas que cruzava a sala.
Miley olhou ansiosa para onde Demetria mostrara.
- Puxa, preciso conseguir uma apresentação. Vou pedir a George. Vem comigo?
- Não, obrigada. Não quero ficar ouvindo ele dizer como se acha lindo.
Demetria olhou, divertida, a maneira como Miley caminhava na direção de Joseph. Assim que se apresentou a Joseph, começou a perceber que a prima jogava charme para o dono da casa...mas pelo visto sem muito sucesso. De repente Joseph olhou na direção de Demetria e seus olhos penetrantes encontravam com os dela, Demetria sentiu-se sem jeito e virou a cabeça, sentindo o rosto em chamas.
Joseph Jonas era um sucesso no meio artístico, havia mais de sete anos, tinha uma banda, cujo seu nome era McFLY. Há pouco tempo ela havia assistido um show dele, parecia diferente quando cantava, e parecia outro ali no palco. Essa noite, parecia um homem dominador, estava vestido com uma blazer preta, e por baixo uma camisa, que deixava a gola aberta, deixando um pouco de seu peito a mostra, que lhe caia muito bem e uma calça jeans de corte perfeito. Demetria sabia que ele tinha vinte e oito anos e que não era casado. Vendo-o agora conversar com Miley e uma outra moça, podia entender isso.
Por que ele se casaria, se podia ter centenas, milhares de mulheres no minuto em que desejasse?
- Está se divertindo?
Demetria virou-se e, sorrindo, respondeu com a mesma pergunta:
- E você, está, Justin Bieber?
- Assim não vale! Perguntei primeiro.
- Está boa a festa, sim.
- Hoje você está maravilhosa!
- Quer dizer que não estou sempre maravilhosa? – ela brincou.
- Você sabe que não foi isso o que eu quis dizer. É que hoje você está diferente.
- Peguei o vestido de Miley emprestado – explicou Demetria.
- Ficou ótimo em você. E onde está a prima tão encantadora? – Virando-se, Justin viu Miley. – Minha nossa! O que é que ela está vestindo? Ou deveria dizer “despindo”? Demetria não controlou o riso. Ouvindo a risada gostosa da prima, Miley e Joseph olharam para ela. Miley acenou para os dois e Demetria teve de enfrentar novamente os olhos de Joseph.
- O vestido está bem de acordo com ela – disse Justin.
- E quanto a você, Demetria, por que não esta acompanhada?
- Não gosto nem confio em homem algum.
- Esse é um desafio a que poucos homens podem resistor – falou uma voz atrás de Demetria. Ela se virou e deu de cara com Joseph Jonas e Miley ao seu lado. Encarou-o firme, com medo de amolecer diante daquele olhar.
- Gosta de um desafio, Sr. Jonas?
- Que homem não gosta?
- Esta é a minha prima Demetria, Joseph – Miley apresentou.
- A fria Demetria – Joseph murmurou, com voz suave e ainda olhando para ela.
Aquele olhar estava de novo deixando Demetria sem jeito.
- Como adivinhou?
- Não foi difícil.
Demetria começou a sentir um estranho calor. Por que ele continuava olhando para ela daquele jeito? Era como se Justin e Miley não existissem e ele só estivesse olhos para vê-la.
- Vamos dançar, Miley – Justin sugeriu. – Acho que não precisam de nossa presença aqui.
- Boa idéia – disse Miley, sorrindo ao ver a cara assustada de Demetria.
- Mas, Miley... – Demetria começou e então sentiu que alguém segurava seu pulso.
- Tomarei conta de Demetria para você – Joseph falou. – Mas não procurem nós quando terminarem, porque não estaremos aqui.
- Cuidado, Demetria... até o gelo derrete! – Justin disse cínico.
- Demetria... – ele começou a falar, mas foi interrompido.
- Meu nome é West. Sra. West.
- Não vi marido nenhum quando você chegou – disse Joseph.
- Não sabia que tinha nos visto quando chegamos.
- Nunca deixo de ver uma mulher bonita.
- Devo considerar isto um elogio?
- Por que não? Diga, é verdade que não gosta de homens? – Ele parecia muito surpreso.
- Não acredita?
- É que algumas mulheres dizem isso só para parecerem mais interessantes.
- Sinto desapontá-lo, mas comigo é verdade.
- Com exceção de seu marido, claro.
- Como?
- Deve gostar de seu marido.
- Claro – ela concordou, hesitante.
- Ele está com você?
- Não.
- Nesse caso, quer sair?
- Mas a festa é sua – Demetria respondeu, espantada.
- Quero sair e pensei que quisesse vir comigo.
- Por que pensou que eu quisesse?
- Por você mesmo.
- Eu? Tenho certeza de que se enganou, Sr. Jonas. Não quero ir a lugar algum com o senhor.
- Não era isso o que seus olhos diziam minutos atrás.
- Acha que toda mulher que olha para você fica logo atraída? – ela perguntou.
- Não, mas eu estou atraído por você, Demetria.
Depois de alguns segundos, indagou:
- Algum homem a magoou, não é?
Demetria respondeu, muito séria e distante:
- Os homens não chegam tão perto de mim a ponto de me causarem alguma dor. Agora, se me dá licença... – Tentou sair de perto dele, mas ele a segurou com força.
- Quantos anos você tem? – Joseph perguntou, suave.
- Minha idade não tem nada a ver com a maneira como me sinto.
- Dezenove? Vinte?
- Vinte e um.
- O que aconteceu? Ele a abandonou?
- Ele? – Demetria sentia um nó na garganta.
Muito suavemente Joseph pegou a mão de Demetria e virando-a, olhou a aliança que ela usava.
- O seu marido. Ele deixou você? – Ergueu o rosto dela para olhar bem dentro de seus olhos.
Ela sentiu ainda mais aperto na garganta, mas respondeu:
- Acho que se poderia dizer isso, Sr. Jonas. Ele morreu.
- Seu marido está morto? – Ele não parecia acreditar.
- Eu não iria mentir sobre isso – ela falou tirando a mão da dele. Procurou se afastar novamente e dessa vez ele não a segurou. Tinha de sair dali! Falar sobre James lhe trazia lembranças dolorosas, coisas que preferia esquecer. Saiu do apartamento e do prédio o mais depressa que pôde. Queria escapar daqueles olhos e daquele sorriso que pareciam caçoar dela.
Joseph Jonas não tinha o direito de se intrometer em coisas que Demetria construíra ao seu redor. Há meses ninguém lhe falava nada sobre James, talvez porque Miley sempre impedisse. E claro, Miley não ia imaginar que Joseph pudesse fazer perguntar tão pessoais! Ou será que Miley achava que já era hora de parar com essa proteção? Afinal, tudo aquilo havia acontecido a dois anos e a dor de Demetria devia ter diminuído. Mas não tinha! Se pelo menos ela pudesse chorar, desabafar, tirar tudo da cabeça! Mas as lágrimas nunca vieram e ela ficara só com a amargura.
Estremeceu quando um casaco de veludo foi colocado em seus ombros. Sentia de novo o aroma gostoso da loção de barba. Mãos carinhosas ajeitaram seu cabelo, que ficara preso na gola do casaco.
- Não pensei que estivesse mentindo, Demetria – Joseph disse suavemente, puxando a gola do casaco para abrigá-la do frio da noite. – Achei apenas que você muito criança para ter sido casada e já ser viúva.
- Tinha dezenove anos quando ele morreu – ela disse, com voz não muito firme.
Joseph começou a andar do lado dela, acertando seus passos aos dela.
- Quanto tempo ficou casada?
No mesmo instante ela parou e disse:
- Vamos fazer de conta que você não veio atrás de mim. – Entregou o casaco a ele e pediu: - Deixei meu casaco em seu apartamento, peça a Miley que o leve quando for para a casa. Joseph pôs o casaco de volta nos ombros dela.
- Vai pegar um resfriado se insistir em ficar com pouca roupa que está usando.
- Ah, então é isso! Mas esse vestido é emprestado, não é nada do que realmente sou, não é meu estilo. Sinto muito que, por causa dele, tenha tido uma impressão errada ao meu respeito. Não estou disposta a ter um caso qualquer com você nem com ninguém. Com força ele a agarrou pelo braço, fazendo-a voltar-se. Levantou seu queixo e Demetria foi obrigada a ver a raiva que havia nos olhos dele.
- Não fique tão convencida de que quero ter um caso com você! Mulheres frias não fazem o meu tipo.
Demetria ficou pálida como cera.
- Jamais perdoarei você por ter dito isso. Tire as suas mãos de cima de mim – ordenou, com voz controlada, soltando chispas de ódio.
- Tiro a mão coisa nenhuma! – Puxou-a com tanta força para mais perto que ela teria caído se ele não a erguesse. – Pelo menos não antes de quebrar um pouco desse gelo! – E seus lábios apertaram contra os dela de maneira selvagem.
Quando Joseph a soltou, falou:
- Meu Deus! Você não tem nada de fria, está é morrendo de medo!
- Eu odeio você! – Demetria cuspia as palavras. – Odeio você, compreendeu bem? Odeio você! – As lágrimas corriam pelas faces dela. – Como se atreveu a me tocar?
Desesperada, Demetria saiu correndo, para fugir dele. O casaco que estava em seu ombro caiu no chão e lá ficou. Só pensava em se afastar o mais depressa possível e só parou quando teve certeza de que ele não a seguira. Fez sinal a um táxi e nem se preocupou com a aparência.
Quando chegou em casa, uma hora mais tarde, encontrou Demetria jogada no sofá. Miley acendeu a luz e chegou perto da prima.
- Minha nossa, o que foi que ele fez para você?
- Quem? – perguntou Demetria, ainda tonta.
- Joseph Jonas.
- Como soube?
- Ele me contou. É por isso que estou aqui. Depois de ter sumido da própria festa por quase uma hora, ele voltou e disse que você estava precisando de mim. Não disse por quê, mas pude adivinhar o motivo. O que foi que ele fez, Demetria?
- Ele... me beijou!
Miley olhou-a bem e perguntou:
- Foi só isso?
Demetria afastou-se, indignada.
- E não é o suficiente?
- Mas... bem, Demetria foi só um beijo. – Como um sorriso malicioso, acrescentou: - Você já foi beijada antes.
- Não! Não! Não fui. Pelo menos desde James. – Demetria parecia ter dificuldades em pronunciar o nome de Joseph. – Odeio ele!
A prima fez um curto silêncio e sussurrou:
- Ele me pediu que a avisasse se você tinha chegado em casa e se estava bem.
Demetria levantou-se para sair da sala.
- Se ele estava tão preocupado a esse respeito, deveria ter vindo para saber. Mas, claro, ele não quis se dar o trabalho.
- Ele queria vir – Miley disse. – Trouxe-me até aqui e pediu para entrar, mas achei melhor não.
- Ainda bem que agiu assim. Nunca mais quero vê-lo! E se fosse você desligaria o telefone, porque ele nunca vai ouvir a campainha com todo barulho daquela festa louca.
- Mas ele... Joseph? – Miley voltou a atenção para o fone. – Sim, sei que estava esperando o meu telefonema. Sim. Não. Sim. Eu...Claro...
- Vou dormir. Por favor, não me acorde quando chegar. Miley segurou o fone longe do ouvido e tapou o bocal com a mão. Em seguida, murmurou :
- Ele quer falar com você.
- Diga a ele que não temos nada para falar. – Demetria saiu da sala.
Um instante depois Miley entrou no quarto.
- Ele diz que é importante.
- Não temos nada a nos dizer – Demetria respondeu, firme – Diga que não estou interessada.
- Não posso dizer isso a ela – falou Miley escandalizada.
- Está bem, diga o que quiser, mas não quero nem saber mais dele. E Miley, por favor, não diga nada a ele sobre a minha vida particular.
- Não vou fazer isso, principalmente porque não sei de tudo.
- Então não conte o que sabe.
- Não tinha a intenção de contar.
- Você pode não querer contar, Miley, mas esteve com ele tempo suficiente para saber que, se ele insistir, acaba conseguindo o que quiser com você.
- Qualquer coisa que quiser?
- Qualquer coisa – Demetria respondeu, sentindo-se mais calma pelo modo brincalhão com que Miley falava.
Mas ficou muito tempo acordada ainda, ouvindo Miley dormir. Podia ressentir e odiar a intromissão de Joseph Jonas em sua vida, poderia até odiá-lo por beija-la, mas havia uma coisa que precisava reconhecer: em dois anos, desde a morte de Michael, ela não tinha chorado, nem uma vez, por coisa nenhuma. E, no entanto, meia hora depois de conhecer Joseph Jonas, ela chorou tanto que chegou quase a histeria. Gostasse ou não de pensar nisso, ele tinha sido a primeira pessoa a tirar um tijolo de muralha que Demetria havia construído ao seu redor, para esconder emoções. E ela não gostava.
Voltando...
Oi oi, alguém aí? Entao...eu resolvi voltar, tava sentindo muita saudade daqui e de vocês :cc
Sobre a fic que vou começar a postar aqui a partir de hoje..:
Ela não é minha, eu li esses dias e amei, acho que vocês também vão gostar.
Quando eu acabar de postar ela vou creditar ok? Então não se preocupem achando que estou plagiando.
É isso.
BYE
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